ESTUDO NA EPÍSTOLA AOS HEBREUS Nº 17

MAIS UMA ADVERTÊNCIA CONTRA A APOSTASIA

Presb. Rubens Cartaxo Junior

Igreja Presbiteriana de Natal

RECORDANDO:

Autor: desconhecido;

Destinatários: Líderes judeus que aceitaram a mensagem de que Jesus era o Messias, mas que estavam titubeantes em sua decisão, visto que a maioria dos judeus não aceitaram tal mensagem, e estavam considerando retornar à antiga fé.

Propósito: Restaurar a confiança dos irmãos e fortalecer a convicção de que tinham tomado a decisão correta.

– Jesus é apresentado de forma majestosa, como Deus e como homem, o Filho de Deus. É apresentado como superior aos anjos, superior a Moisés e a Josué, e o autor faz várias advertências sobre descrer no que foi dito anteriormente e insta seus leitores a permanecerem firmes na fé. Fazendo uma ponte com o A.T., o autor apresenta Jesus como Sumo Sacerdote. No estudo anterior, vimos as bases da nossa confiança: Jesus é nossa âncora. Ademais, Ele é um sumo sacerdote único e perfeito.

– Além disso, o autor deixa claro a seus leitores que as leis cerimoniais, os sacrifícios, o templo e seus aparatos eram simples sombras, símbolos que apontavam para o real e o verdadeiro, Jesus, a oferta perfeita e o sumo sacerdote perfeito que ministra no santuário celestial.

– O autor ressalta mais uma vez que o sacrifício de Cristo foi único, perfeito e para sempre, o qual nos garante a salvação eterna.

– O autor faz advertências contra a apostasia: se Cristo é o único meio de salvação, rejeitar seu sacrifício significa a impossibilidade de alcançar a salvação.

– O autor fala sobre os exemplos de fé, daqueles que, mediante a fé, enfrentaram todo tipo de adversidade e venceram.

– A disciplina do Senhor vem sobre os filhos; a perseguição aos crentes em Cristo é uma realidade e é indício de fidelidade.

17. Advertência contra a Apostasia (12.14-28).

Após discorrer sobre a que Deus disciplina os seus filhos e que não participar da disciplina quando todos estão sendo disciplinados é prova de não ser filho de Deus, bem como ao lembrar aos seus leitores que a perseguição aos crentes é até esperada, já que o mundo jaz no maligno, o autor de Hebreus passa mais uma vez a discorrer sobre o perigo da apostasia, ou seja, rejeitar a Deus.

Ele inicia conclamando seus leitores a viver em paz com todos e à santidade. É importante notar que o autor reconhece que para isso é necessário esforço pessoal. Cada crente tem responsabilidade pessoal em seu comportamento. Cumpre a cada cristão esforçar-se para viver santamente e para viver em paz com todos. Isto ecoa o que prescreveu Paulo em Rm 12.18: Se for possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens”.

Há também a ordem para que os leitores, e nós também, é claro, serem santos. E completa: “sem santidade ninguém verá o Senhor”. O apelo à santidade pessoal é recorrente na Escritura. Deus é santo e requer que nós também sejamos santos. É obrigação nossa buscarmos a santidade, especialmente através da leitura bíblica diária, da oração e da confissão de pecados. Não são rituais ou liturgias que nos fazem santos, mas a intimidade com Deus, o arrependimento e a confissão de pecados.

Em seguida, o autor alerta contra algumas atitudes que devem ser evitadas. 1. Que ninguém se exclua da graça, ou seja, que não ache que os rituais, liturgias, vestimentas e sacrifícios da antiga ordem são superiores a Jesus; 2. Que não haja raiz de amargura, a qual, brotando, contamina todo o povo, ou seja, não reclamar e murmurar, como aconteceu com o povo no deserto, mas fazer o que diz Paulo em 1 Ts 5.18: Em tudo dai graças; porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”; 3. Que não haja profanos no meio da igreja. O exemplo que o autor oferece é o de Esaú, que vendeu seu direito de primogenitura. Nós não devemos menosprezar o que é ensinado e exigido de nós através da Escritura.

 Prosseguindo, o autor traça um paralelo entre a revelação da Lei a Moisés lá no deserto do Sinai e a salvação pela graça em Jesus. A revelação da Lei foi um evento cataclísmico. O monte explodiu em chamas, rolos de fumaça foram expelidos ao céu, houve tremor de terra. Até Moisés disse que estava apavorado e trêmulo. Esta descrição remete às antigas ordenanças, aos rituais e sacrifícios que apontavam para Jesus. Eram as sombras do que haveria de consumar-se.

Essa fase da revelação já passou, pois o Messias já veio. O Sinai ficou para trás, agora eles haviam chegado a um novo monte, Sião, a Jerusalém celestial, à igreja dos primogênitos, cujos nomes estão escritos nos céus. O acesso a Deus mediante Jesus Cristo, o mediador da nova aliança, está garantido. Não há mais necessidade de rituais e liturgias específicas, não há mais necessidade de sacerdotes, vez que cada crente é um sacerdote (2 Pe 2.5, 9). O sangue de Jesus garante isso.

Depois de mostrar tal realidade, o autor de Hebreus faz sua advertência mais uma vez: Lembrem-se do que aconteceu com os rebeldes na antiga aliança, àqueles que rejeitaram obedecer a Moisés: foram mortos e seus cadáveres ficaram no deserto. Ora, se os rebeldes àquilo que eram SOMBRAS da realidade do porvir (Jesus, o Messias), o que se pode esperar que aconteça a quem rejeita a realidade (que Jesus é o único caminho a Deus e a única forma de salvação dos homens)? O que resta aos que rejeitam o filho de Deus senão a condenação eterna?

O autor finaliza esse trecho com a conjunção “portanto”, indicando uma conclusão lógica do que foi dito imediatamente antes: os crentes estão recebendo um reino inabalável. Este fato deve nos encher de gratidão, gratidão esta que deve nos levar a uma adoração sincera. Mas a adoração deve ser nos termos de Deus e não nos nossos termos. O autor lembra que a adoração deve ser “de modo aceitável” (v.28). Aceitável a quem? A Deus, obviamente. E o que Deus considera adoração aceitável? O autor responde: adoração com reverência e temor. E completa, pois o nosso Deu é fogo consumidor, conforme dito em Dt. 4.24.

O autor deixa claro que a adoração a Deus não é nos termos humanos, mas  nos termos divinos, ou seja, não é qualquer adoração que Deus aceita. Leia Isaías 1.11-20.

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