Confissão de Fé de Westminster

Catecismo Maior de Westminster

Breve Catecismo de Westminster





A autoridade da Confissão de Fé e dos catecismos

Há pessoas que estranham a Igreja Presbiteriana adotar uma Confissão de Fé e Catecismos como padrão doutrinário, quando sustenta sempre ser a Escritura Sagrada sua única regra de fé e prática. A incoerência é apenas aparente. A Igreja Presbiteriana coloca a Bíblia em primeiro lugar. Só ela deve obrigar a consciência.

É também princípio fundamental da Igreja Presbiteriana que toda autoridade eclesiástica é ministerial e declarativa; que todas as decisões dos concílios devem harmonizar-se com a revelação divina. A consciência não deve se sujeitar a essas decisões se elas forem contrárias à Palavra de Deus.

Ainda outro princípio da mesma Igreja é que os concílios, sendo de homens falíveis, podem errar, e muitas vezes têm errado. Suas decisões, portanto, não podem ser recebidas como regra absoluta e primária de fé e prática; servem somente para ajudar na crença ou na conduta que se deve adotar. O supremo juiz de todas as controvérsias, em matéria religiosa, é o Espírito Santo falando na e pela Escritura. Por esta, pois, devem-se julgar toda e qualquer decisão dos concílios e toda e qualquer doutrina ensinada por homens.

Admitir a falibilidade dos concílios não é depreciar a autoridade da Confissão de Fé e dos Catecismos para aqueles que de livre vontade os aceitem. Admitindo tal, a igreja somente declara que depende do Autor da Escritura e recebe a direção do seu Espírito na interpretação da Palavra e nas fórmulas de aplicar suas doutrinas. A Igreja Presbiteriana sustenta que a Escritura é a suprema e infalível regra de fé e prática; e que a Confissão de Fé e os Catecismos apresentam o sistema de doutrina ensinada na Escritura, dela derivam toda a sua autoridade e a ela tudo se subordina.

É justamente porque cremos que a Confissão de Fé e os catecismos estão em harmonia com a Escritura, nossa regra infalível, que os aceitamos. Não existem, pois, na Igreja Presbiteriana, duas regras de fé, mas uma só, suprema e infalível. As outras fórmulas são subordinadas e falíveis, necessárias para a pureza, governo e disciplina da igreja. Assim, a experiência de muitos séculos o tem demonstrado.





Nota histórica

Desde julho de 1643 até fevereiro de 1649, reuniu-se em uma das salas da Abadia de Westminster, na cidade de Londres, o Concílio conhecido na História pelo nome de Assembleia de Westminster. Esse Concílio foi convocado pelo Parlamento inglês, para preparar uma nova base de doutrina, uma forma de culto e um governo eclesiástico que devia servir para a igreja do Estado.

Os teólogos mais eruditos daquele tempo tomaram parte nos trabalhos da Assembleia. A Confissão de Fé e os Catecismos foram discutidos ponto por ponto, aproveitando-se o que havia de melhor nas Confissões já formuladas. O resultado foi a organização de um sistema de doutrina cristã baseado na Escritura e notável pela sua coerência em todas as suas partes.

A Confissão de Westminster foi a última das confissões formuladas durante o período da Reforma. Até agora, houve na história da igreja somente dois períodos que se distinguiram pelo número de credos ou confissões que neles foram produzidos. O primeiro pertence aos séculos IV e V, que produziram os credos formulados pelos concílios ecumênicos de Niceia, Constantinopla, Éfeso e Calcedônia; o segundo está sincronizado com o período da Reforma. Os símbolos do primeiro período chamam-se “credos”; os do segundo, “confissões”. Uma comparação entre o Credo dos Apóstolos, por exemplo, e a Confissão de Westminster mostrará a diferença. O Credo é uma fórmula de uma fé pessoal e principia com a palavra creio. A Confissão de Westminster segue o plano adotado no tempo da Reforma, é mais elaborada e apresenta um pequeno sistema de teologia.

A utilidade de uma Confissão de Fé evidencia-se na história das igrejas reformadas ou presbiterianas. Sendo a Confissão de Westminster a mais perfeita que elas conseguiram formular, une e estreita as relações entre os presbiterianos de todo o mundo. Os Catecismos especialmente têm servido para doutrinar os crentes nas puras verdades do evangelho.

John M. Kyle