ESTUDO NA EPÍSTOLA AOS HEBREUS Nº 14

ESTUDO NA EPÍSTOLA AOS HEBREUS Nº 14

Um Apelo à Perseverança na Fé, na Esperança e no Amor (Hb 10.19-25).

RECORDANDO:

Autor: desconhecido;

Destinatários: Líderes judeus que aceitaram a mensagem de que Jesus era o Messias, mas que estavam titubeantes em sua decisão, visto que a maioria dos judeus não aceitaram tal mensagem, e estavam considerando retornar à antiga fé.

Propósito: Restaurar a confiança dos irmãos e fortalecer a convicção de que tinham tomado a decisão correta.

– Jesus é apresentado de forma majestosa, como Deus e como homem, o Filho de Deus. É apresentado como superior aos anjos, superior a Moisés e a Josué, e o autor faz várias advertências sobre descrer no que foi dito anteriormente e insta seus leitores a permanecerem firmes na fé. Fazendo uma ponte com o A.T., o autor apresenta Jesus como Sumo Sacerdote. No estudo anterior, vimos as bases da nossa confiança: Jesus é nossa âncora. Ademais, Ele é um sumo sacerdote único e perfeito.

– Além disso, o autor deixa claro a seus leitores que as leis cerimoniais, os sacrifícios, o templo e seus aparatos eram simples sombras, símbolos que apontavam para o real e o verdadeiro, Jesus, a oferta perfeita e o sumo sacerdote perfeito que ministra no santuário celestial.

– O autor ressalta mais uma vez que o sacrifício de Cristo foi único, perfeito e para sempre, o qual nos garante a salvação eterna.

13. Um Apelo à Perseverança na Fé, na Esperança e no Amor (10.19-25).

O autor de Hebreus inicia este trecho de sua carta com uma conjunção conclusiva (“portanto”, NVI; “pois”, ARA). Isso indica que o trecho a seguir é uma conclusão da argumentação doutrinária feita anteriormente. Mas o autor não retoma apenas o que foi dito imediatamente anterior, mas na verdade, tudo que foi exposto em toda sua carta. Pelo fato de Jesus ser o sumo sacerdote perfeito, eterno, estar sempre à direita do Pai Celeste no santuário celestial e ser a oferta perfeita, absoluta, irrepetível e que não precisa ser complementada é temos plena confiança para entrar no Lugar Santíssimo.

Aqui o autor lança mão, mais uma vez, de figuras conhecidas e prezadas por seus leitores, no caso, o templo de Jerusalém. O templo era dividido em vários ambientes, do exterior para o interior: o pátio dos gentios, o pátio das mulheres, o pátio dos homens (aqui ficavam o altar dos holocaustos e as pias de purificação), o Lugar Santo (onde ficavam o candelabro, o altar do incenso e a mesa da proposição) e o Lugar Santíssimo ou Santo dos Santos (onde ficava a Arca da Aliança, cuja tampa se chamava Propiciatório, onde o sumo sacerdote colocava a bacia com o sangue do cordeiro). No Lugar Santíssimo, todos sabiam, só o sumo sacerdote podia entrar uma vez por ano. Após a apresentação do sangue a Deus no Propiciatório, o sumo sacerdote voltava ao pátio dos homens e aspergia o sangue do cordeiro sobre o povo, significando que seus pecados haviam sido cobertos. No entanto, no caso dos cristãos, não há mais necessidade de intermediários. Jesus abriu o caminho do Lugar Santíssimo para todos os crentes por meio do seu sacrifício e agora todos nós podemos adentrar os Santo dos Santos, ter comunhão direta com Deus sem a necessidade de sacerdotes, posto que todo somos sacerdotes.

Assim, podemos nos aproximar de Deus com a confiança gerada pela fé de que o sacrifício de Cristo e sua intercessão permanente junto ao Pai nos garante esse direito. Esta fé produz esperança, pois sabemos que Jesus, aquele que fez tais promessas é fiel e não falta com sua palavra. Tais realidades devem nos levar a nos encorajar uns aos outros. No caso concreto, esse incentivo e encorajamento ao amor e às boas obras era mais premente, visto que os destinatários da carta estavam sofrendo perseguição.

O v. 25 é uma exortação a que os judeus que haviam crido que Jesus é o Messias não deixassem de frequentar às reuniões cristãs, pois é no congraçamento cristão que somos encorajados e fortalecidos na fé. Fechando o trecho, o autor ressalta a realidade da 2ª Vinda de Cristo. Só esta menção já relembrava a eles a efemeridade desta vida terrena como eles a conheciam e ressaltava o fato de que a eternidade é mais valiosa que a vida terrena.

14. Exortação Contra a Apostasia (26-39).

O autor da carta faz graves exortações aos seus leitores que, lembrem-se, cogitavam, por causa das perseguições que estavam sofrendo, retornar ao antigo caminho do ritualismo. Vejam que o autor começa o trecho com um sonoro “SE”, ou seja, é uma hipótese. Aqui ele trata da apostasia e não de um pecado qualquer. Trata-se de uma rebelião consciente e deliberada contra Deus, uma rejeição do sacrifício de Cristo. A questão que ele quer demonstrar é: Não existe salvação a não ser mediante o sacrifício e ressurreição de Cristo; se alguém, depois de devidamente instruído sobre isso, deliberadamente rejeita essa opção, não há possibilidade de ser salvo e aí receberá o castigo divino, posto que não tem a salvação. E o autor diz que não resta opção para ele. Sua rejeição do sacrifício de Cristo é um insulto ao Espírito Santo e, portanto, não tem perdão. Como alguém poderia ser perdoado se rejeita a única coisa que pode lhe garantir perdão? O único caminho que lhe resta é o inferno e cair nas mãos do Deus vivo.

Falando sobre as perseguições que seus leitores estavam sofrendo, ele os encoraja a suportá-las, lembrando-lhes de duas coisas: 1. Eles já haviam sido perseguidos anteriormente e suportaram a perseguição. Por que então não poderiam suportar a perseguição atual? 2. Eles também apoiaram outros cristãos que sofreram perseguição. Ou seja, a perseguição não é motivo suficiente para apostatar, pois aquele que é fiel virá e trará com Ele a recompensa dos seus fiéis, que vivem pela fé, comprometidos com Cristo.

Finalizando o trecho, o missivista utiliza duas conjunções adversativas: “porém” e “mas”. Apesar das duras advertências contra a apostasia, o autor diz: “Nós, porém, não somos dos que retrocedem e são destruídos, mas dos que creem e são salvos” (v.39). O autor estava convicto de que seus leitores, uma vez que estavam salvos, não iriam cometer o pecado da apostasia, mas permaneceriam firmes na fé, fé da qual ele vai falar no cap. 11.

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