OS DOIS FUNDAMENTOS – Mt 7.24-27 (por Josenildo Caldas)
Concluindo o “Sermão da Montanha“, Jesus chama atenção da multidão que o assistia para o sentido prático do seu ensino. Jesus está diante dos religiosos judeus e faz uma comparação entre dois homens que resolveram construir uma casa: um construiu sobre a rocha que suportou chuvas, correnteza do rio, ventos fortes e a casa resistiu. O outro, fracassou, não pelo fato de ter economizado comprando material de segunda ou escolhido um pedreiro sem experiência mas por ter escolhido um alicerce arenoso e Jesus chama esse cidadão de “insensato”, num português bem claro de “louco”.

Numa sociedade onde se defende a pluralidade da verdade, Jesus chama para si todo o conteúdo da Verdade, ou seja: a minha Verdade não tem atalhos, não tem conveniências, não é alternativa ela é única. Diante das verdades que ouvimos por aí muitas têm até certa lógica, conteúdo, mas  não possuem valor prático e Jesus se refere a uma construção interior, de natureza espiritual que cresce no cotidiano gerando convicção eterna. Diante de uma plateia de religiosos judeus acostumados a guardar tradições, Jesus inova afirmando que seu ensino tem valor prático e fora da sua Verdade tudo é insensatez. Quem ouve o “ensino de Cristo” simplesmente por ouvir sem considerar a sua praticidade está edificando sua vida sobre a areia.

Jesus não está preocupado com o tamanho da casa, quantos quartos, sala, garagem pra vários carros, segurança. Ele não fala se o piso é de porcelanato, ou cerâmica, se a pintura é lavável ou textura, se tem piscina etc., Ele está chamando a atenção dos seus ouvintes para o fato de guardarem o seu ensino, ou seja: Jesus quer seguidores, discípulos, dispostos a abandonar tudo na beira do mar: o barco, as redes e segui-lo.

Jesus sabia que as multidões ficavam maravilhadas com sua mensagem seu carisma, sua postura, sua autoridade em transmitir a Verdade, sua doutrina inovadora de amar o próximo, perdoar os inimigos, ser juiz de se mesmo, no sentido de reconciliar-se com o irmão ofendido. As multidões percebiam claramente a diferença no discurso prático de Jesus para o discurso teórico dos escribas.

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