A IGREJA PRESBITERIANA DE NATAL E O NOSSO PRÉDIO (por Rev. Flávio Américo de Carvalho)
Cartão postal, do início do séc. XX,  com imagem da Igreja Presbiteriana de Natal. O original, em preto em branco, foi colorido posteriormente manualmente. 

Somos santuário do Deus vivo. Como disse Deus: “Habitarei com eles e entre eles andarei; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (2Co 6.16, NVI).

A Igreja Presbiteriana de Natal, organizada em 1896 e com sua nave (prédio principal onde acontecem os cultos) datando também do final do XIX, está em processo de reforma de suas instalações prediais. Os pavilhões anexos são da segunda metade do século XX e precisam também de reparos e adaptações.
Nosso conjunto arquitetônico, sobretudo sua linda fachada, faz parte do patrimônio arquitetônico de nossa cidade, sendo uma das obras visitadas em caminhadas históricas promovidas na nossa capital. A fachada do prédio principal possui elementos típicos de construções religiosas ocidentais (torre, portas laterais, nártex/átrio, portas grandes) e em países lusitanos (as grandes janelas na fachada e nas laterais). Suas paredes são grossas e seu piso hidráulico também nos remete a uma arquitetura antiga.
Alguns outros elementos arquitetônicos são mais recentes, mas contribuem para o ar histórico do prédio, como a galeria, usada algumas vezes para canto coral, a cruz em vitral, os bancos e o mobiliário do púlpito (para ser mais preciso, púlpito é o móvel usado para o pregador apoiar Bíblia e anotações, contudo, por metonímia, chama-se a plataforma onde fica o móvel de púlpito).
Na plataforma, usada nos cultos à noite, temos uma série de peças em madeira, que passam ar de solenidade: as cadeiras, nas quais senta o conselho da igreja nas celebrações da Ceia do Senhor, o batistério e o púlpito. Abaixo e na frente da plataforma, ficam outro púlpito, usado nas celebrações no domingo pela manhã, a mesa da Santa Ceia, o piano, outros instrumentos musicais e os equipamentos de multimídia.
Somos a mais antiga igreja organizada no Rio Grande do Norte e nos reunirmos dominicalmente há 123 anos para adorar ao Deus Trino no mesmo endereço (o local é o mesmo, o que já mudou algumas vezes foi o nome da rua, avenida e largo). A forma de falar e escrever o português mudou (não se escreve mais “phosphoro”, “lyrio”, “exhausto”, “psalmo” e “idéia”). Ninguém vem aos cultos com roupa de gala militar ou com calça boca de sino. Além de cantarmos Sarah Poulton Kalley, também cantamos Paulo César Baruk. O HNC impresso foi substituído pelo retroprojetor, datashow e, para alguns, pelo APP da IPN.
Toda essa riqueza histórica ajuda a percebermos que somos parte de uma grande e linda história de pregação do Evangelho em terras potiguares. Aqui, é importante observar algo fundamental. Como Paulo deixa claro ao dizer “vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: N’elles habitarei, e entre elles andarei: e eu serei o seu Deus e elles serão o meu povo” (2Co 6.16 ARC 1914), o templo onde Deus habita é o seu povo, não uma tenda ou um prédio, como no Antigo Testamento. Deus andou (tabernaculou/habitou) entre nós em Cristo (Jo 1.14). Agora, Ele está conosco, até a consumação dos séculos (Mt 28.20), por meio do Santo Espírito que habita na igreja como um todo e em cada cristão individualmente (1Co 3.16).

Quando dizemos aos domingos que vamos à igreja, devemos ter clareza de que não estamos falando de uma construção humana, mas de uma assembleia divina, onde estão presentes o Deus Trino e o povo que chama por Seu Nome, um povo amado e eleito desde antes da fundação do mundo.
De tudo que foi dito até aqui, temos que a IPN é um povo e que o prédio onde esse povo se reúne dominicalmente é rico em história, significado e simbolismo. Não precisamos desprezar uma ou outra realidade. O povo tem crescido pela graça e bondade de Deus. Recebemos aproximadamente 120 membros comungantes nos últimos cinco anos. Hoje somos 282 membros (comungantes e não comungantes). Deus está acrescentando, dia a dia, os que vão sendo salvos (At 2.47). Por outro lado, nosso prédio precisa de nossa ajuda. Deus, usando o povo que por aqui passou ao longo da história da IPN, tem mantido esse importante patrimônio arquitetônico. Agora é a nossa vez, vamos participar!!!

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