Bem-vindos todos ao nosso oitavo estudo sobre os Dez Mandamentos baseados no Breve Catecismo de Westminster. Hoje estudaremos as perguntas 67 a 69. Hoje trataremos sobre o sexto mandamento do Decálogo.

Pergunta 67: Qual é o sexto mandamento?
Resposta: O sexto mandamento é: “Não matarás” (Êx 20.13).

Pergunta 68: O que exige o sexto mandamento?
Resposta: O sexto mandamento exige todos os esforços lícitos para conservar a nossa vida e a dos nossos semelhantes (Mt 5.29; Mt 10.23; Sl 82.3-4; Jó 29.13).

Pergunta 69: O que proíbe o sexto mandamento?
Resposta: O sexto mandamento proíbe tirar nossa própria vida ou a vida de nosso próximo injustamente, ou qualquer coisa tendente a isso (At 16.28; Gn 9.6; Mt 5.22; 1Jo 3.15; Gl 5.15; Pv 24.11-12; Êx 21.18-32).

Infelizmente o versículo de Êxodo 20.13 foi mal traduzido do hebraico para o português e isso gera um mal-entendido e uma aparente contradição da revelação bíblica. O termo “não matarás” parece proibir de forma absoluta que alguém mate outro e a “contradição” se apresenta quando vemos Deus ordenando que o filho rebelde e contumaz seja apedrejado até a morte (Dt 20.18-21), ou determinando aos hebreus que aquele que cometer idolatria seja morto (Lv 20.2), bem como sejam mortos os adúlteros (Lv 20.10). Também eram passíveis de morte quem cometesse incesto ou bestialismo (Lv 20.11-21). Além disso, os hebreus recebem ordens expressas para eliminar totalmente o povo de Canaã (Dt 7.1-2). Saul também recebeu ordens expressas para destruir totalmente os amalequitas, não poupando sequer os animais (1Sm 15). Saul não obedeceu à ordenança e poupou a Agague, o rei amalequita e os animais. Por causa disso, Deus o rejeitou e passou a coroa a Davi. Samuel executou Agague conforme determinado por Deus (v. 33).

Como dito acima, a nossa tradução em português leva a essa aparente contradição. Mas tal contradição não existe no hebraico, pois o mandamento em hebraico não é “não matarás”, mas “não cometerás assassinato”. Em inglês, por exemplo, a tradução é mais feliz: “You shall not murder”, muito mais fiel que a nossa tradução. 

Assim, o assassinato é proibido, mas a legítima defesa está resguardada. Conforme a resposta nº 68, temos que nos esforçar para preservar a vida do semelhante, mas também temos que preservar a nossa. Assim, se numa situação extrema, a única forma de preservar nossa vida seja eliminar a vida de um agressor, isso não viola o sexto mandamento.

O comentarista Leonard T. Van Horn afirma que observar o sexto mandamento inclui um cuidado com o nosso corpo e a nossa saúde, levando uma vida sóbria e equilibrada, o que encontra eco em 1Co 6.19 e 2Co 6.16. Temos que viver uma vida sóbria, preservando o santuário do Espírito e glorificando a Deus através de nossos corpos. O Catecismo Maior de Westminster tratando desse mandamento diz que o sexto mandamento exige “a justa defesa contra a violência; – o uso sóbrio do alimento, da bebida, dos remédios, do sono, do trabalho e da recreação” (p. 135).

Por fim, deve-se comentar sobre a pena de morte. O Antigo Testamento é claro quanto a isso, basta ler as referências que foram listadas acima, bem como várias outras. No Antigo Testamento havia pena de morte. Paulo, no Novo Testamento, mais especificamente em Rm 13.4, afirma que a autoridade constituída por Deus traz a espada. Espada aqui é sinônimo de pena de morte para aqueles que a merecem por causa de seus pecados. Provavelmente isso que estou escrevendo choque muita gente, mas é o que está escrito.

O mandamento proíbe o assassinato, mas outras leis dadas por Deus anotam o castigo para quem viola esse mandamento.

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