“Mas Deus remirá a minha alma do poder da morte, pois ele a tomará para si. [… por outro lado] o homem revestido de honrarias, mas sem entendimento, é antes, como os animais que perecem”. (Sl 49:15 e 20).
O mundo é alienado de Deus, o homem vive sua vida como se Deus não existisse, na verdade segue seus caminhos como se fosse deus de si mesmo. Vivemos em uma sociedade que promove e valoriza todos os esforços para a autossatisfação e oferece uma porção enorme de possibilidades para que essa satisfação seja alcançada. O entorpecimento das pessoas diante de todas essas coisas que o mundo oferece (riquezas, poder, sexo, entretenimento) é a cegueira que impede que as pessoas percebam a realidade e a sabedoria.
E o salmista oferece a verdade, o verdadeiro entendimento das coisas, como uma coisa muito importante, como de fato é para todos: ricos, pobres, príncipes e plebeus.
O conhecimento sem aplicação, sem prática, não cumpriu o seu propósito. A sabedoria bíblica não é meramente cognitiva, mas gera prática, experiência, é conhecimento relacional, algo vivenciado. Sabedoria implica em fé e em ética. Por isso, o salmista, identificando-se com os sábios de Israel, oferece um discernimento prático do problema da riqueza e tranquilidade dos ímpios e tribulação e necessidade dos crentes em Deus e se pergunta: Por que hei eu de temer, nos dias da tribulação, os que me perseguem?
A pergunta surpreende o coração do homem natural, que nesse mundo de insatisfação, vive com insegurança sobre tudo! Medo da morte, medo da necessidade, medo da solidão, medo da doença. Mas o salmista parece encurralar esse raciocínio e nos oferece uma perspectiva diferente, uma visão mais clara das coisas. De que valem todas as riquezas e prazeres do mundo onde a morte é certa?
Muitas pessoas cogitam em seu íntimo que irão permanecer através de suas realizações, de seus feitos, de seus bens. Seria um pensamento poético se não fosse trágico. Nem mesmo os feitos e obras mais maravilhosas resistem ao contar das horas e ao desgaste do tempo. Quanta tolice pensar dessa forma, mais parecem com os animais que perecem!
Não há riqueza que possa remir o homem, nem resgate para a sua vida. Mais parecem animais sem entendimento aqueles que vivem sem a esperança da eternidade e medem suas vidas com o baixo padrão das riquezas, do poder, da beleza, do vigor. Tudo isso é sujeito a decomposição e ao desgaste. Mas Deus redimirá a minha vida da sepultura. O salmista revela a sabedoria daqueles que olham para Deus e suas promessas, essa é a libertação para os cuidados do mundo e suas preocupações.
Soli Deo Gloria.
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