Existe toda uma Teologia da Cruz. Isso é muito bom! O ruim é esquecer o sepulcro vazio, os jantares, as conversas, as viagens e a Manjedoura. Não é bom que nos esqueçamos do quão rica de ensino de Deus para nós foi a vida de Jesus.

O amor de Deus não começou a ser mostrado na Cruz; ali foi feito o pedido de casamento (quem quiser ir para a eternidade de mel tem que receber suas alianças, a Antiga e a Nova). A Manjedoura também estava cheia de provas de amor. Aquela criança teve que deixar o conforto do ventre materno para vir ao mundo. Estava nu, com frio e todo sujo de sangue. Ele sentiu na pele que esse mundo não é nenhum paraíso. Jesus não chorou a primeira vez diante da morte de Lázaro; como toda criança, deve ter começado a vida chorando.
Não foi só o conforto da barriga de Maria que ele deixou. Ele saiu da presença do Rei para vir morar com os rebeldes. Da Eternidade, veio à História. Só não percebemos o quanto isso é uma prova de amor pelo fato de ainda não termos compreendido que essa vida não chega nem perto da vida eterna. Lá no fundo, ainda preferimos estar aqui. Deus mostrou seu amor, pois “o que os olhos não vêem o coração não sente”, não no sentido que você está pensando, leitor, mas significando que o amor sempre se manifesta em atos, como aconteceu naquele estábulo em Belém.
A estrela que guiou os magos, que não eram nem três nem reis, mostrou o caminho para o Caminho. Aquela estrela apontava para o fim da noite escura de nossas almas, ela guiou os magos até a Alvorada, pois “a alegria vem pela manhã”.
A Virgem não deu à luz, mas deu ao mundo a Luz. Naquela Manjedoura está o Alimento que saciará eternamente toda ovelha que dEle comer. Na vida dAquela Criança há, ainda hoje, vida para todos. Como disse Lúcia, Rainha de Nárnia, “dentro de um certo estábulo, havia uma coisa que era muito maior do que o nosso mundo inteiro”. Naquele cocho, coisa que nenhum teólogo consegue explicar, estava envolta em panos a Eternidade.

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