Advento é tempo de preparação para receber, de novo e novo, o Evangelho. Não é como esperar o Godot de Samuel Beckett ou esperar o Papai Noel das crianças, que nunca vêm. Esperamos quem já nasceu em Belém, morreu na cruz, saiu da sepultura, subiu aos céus, está à destra de Deus Pai e voltará. Esperamos quem conhecemos quando nascemos de novo e quem nunca nos deixa, o sempre Emanuel.

Advento é tempo de preparação para receber, de novo e novo, o que Cristo fez por nós. Gostamos de inverter essa lógica. Muitas vezes, tentamos construir nossa identidade naquilo que fazemos para Ele ao invés de confiarmos no fato de que, nEle, já somos novas criaturas. Não precisamos provar nada pra ninguém, nem para Jesus, que se fez filho de gente para que a gente seja filho de Deus.
Advento é tempo de preparação para receber, de novo e novo, o amor do Deus encarnado. Apologética é importante, missão é importante, doutrina é importante, justiça é importante, política é importante, mas nada disso é o fim último do homem. Fomos criados para um relacionamento pessoal com quem nos conhece profundamente, já que Deus também foi gente.
Advento é tempo de preparação para receber, de novo e novo, o ensino de humildade dado pelo único Senhor. A encarnação é glória na fraqueza. É Deus deitado onde comem animais, humilhado, precisando que cuidem dEle, mas, ao mesmo tempo, louvado por gloriosos anjos e pobres pastores. Pena que muitos pensam parecer mais com os primeiros do que com os últimos.
Advento é tempo de preparação para receber, de novo e novo, o Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Tenho pensado em algo que ouvi Ricardo Barbosa dizer uma vez. Gordon Fee, contou Ricardo, terminava suas aulas chorando por se emocionar ao falar de quem é Cristo e do que Ele fez, tem feito e fará. Precisamos de mais maravilhamento diante do Eterno. Minha oração é que esse período do advento seja de expectativa, mas principalmente de encontro com o Menino Deus.

Parnamirim, período do advento, 2016

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